09 | 10 | 11 Novembro 2017
IFSC - CÂMPUS Gaspar - SC
ST 01 - MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS NO ENFRETAMENTO DO RACISMO NA EDUCAÇÃO FORMAL E INFORMAL
Joalva Menezes de Moraes
Mestrado
Instituto Anísio Teixeira
RESUMO
Apesar do racismo institucionalizado ainda fazer parte das organizações em nosso país,
em especial nas instituições educacionais, as questões étnico-raciais já aparecem como
tema central ou, pelo menos, como inspiração para produções e/ou manifestações
artísticas educativas, como: cinema e audiovisual, artes visuais, fotografias, música, dança,
artes cênicas, literatura, por exemplo. Essas produções e expressões artísticas, muitas
vezes, possuem como autores afrodescendentes, jovens e periféricos que se utilizam da
sua arte para impor respeito, autovalorização, elevação da autoestima, reafirmação
identitária, além de servirem também como instrumentos para a Educação Formal e
Informal. Sob essas perspectivas, podemos elencar várias iniciativas, pelo Brasil,
principalmente na Bahia, que promovem e divulgam produções como: as associações de
blocos afro-baianos, entre eles Ilê Yaiê, Malê de Balê; Na música, as bandas Olodum, Didá
e Ganhadeiras de Itapuã, Grupo Cultural Bagunçaço, Associação Pracatum Ação Social;
grupos de capoeira, como o Camugerê; no audiovisual como os conteúdos da Rede Anísio
Teixeira, TV Pelourinho; no grafte, artistas como Marcos Santos. Enfm, exemplos são
muitos na Bahia, mas fomentar a possibilidade de reunir artistas, educadores, produtores
culturais e do audiovisual afrodescendentes ou não que realizam produções que visam à
valorização e afrmação da história, cultura e arte afro-brasileira, numa mesa para trocar
experiências e, porque não divulgar seus trabalhos, é um grande avanço na ampliação dos
debates e discussões acerca da Educação para as Relações Étnico-raciais. São mais
possibilidades para que educadores e escolas cumpram a Lei 10.639/2003, tão importante
para o embate social contra o racismo e o preconceito racial no Brasil, numa perspectiva
lúdica, inter e transdisciplinar.
ST 02 - MOBILIDADE HAITIANA NO BRASIL: ENTRE OS MUNDOS REAL E DIGITAL
Maristela Abadia Guimarães
IFMT
Doutorado
RESUMO
Esta é uma proposta cuja perspectiva se insere no campo multidisciplinar e busca discutir
a mobilidade migratória haitiana. Nosso compromisso converge com as perspectivas
humanitárias do século XXI que almejam a humanização dos processos migratórios em
diferentes partes do mundo. Vivenciamos séculos de sanitarização e higienização nesses
processos, que resultaram em exclusão social. A proposta é acolher trabalhos que
incorporem as considerações das ciências sociais sobre essas temáticas e busque discutir
em que medida refletimos sobre mobilidade quando o contingente populacional que migra
para o Brasil é composta por populações negras ou com perfis considerados no processo
civilizatório como indesejados. Desse modo, entendemos ser relevante conhecer como
têm sido constituídas as relações entre os migrantes e não migrantes nos espaços de
convivência, sejam esses espaços mediados pelas interações reais, in loco, ou por
interações virtuais, nos ambientes de mídias digitais e redes sociais e observar como
essas relações sociais se configuram. Os Brasil está preparado para receber os migrantes
haitianos com políticas públicas adequadas para o estabelecimento de uma convivência
harmônica entre o estabelecido e o não estabelecido? Acreditamos que esta proposta
contribui para evidenciar a investigação e o pesquisador social como agentes
corresponsáveis para as mudanças dos paradigmas vigentes nos modelos migratórios sob
a perspectiva dos direitos humanos e refletir sobre um comportamento social que
atravessa os séculos: a questão sociorracial que intrinsicamente se coloca como fronteira
entre o pensamento social refletido nas legislações e comportamentos e que desaguam
em restrições sociopolíticas para os migrantes e são impeditivos nas construções de
políticas públicas para esse contingente, em específico a educação.
ST 04 - ESTUDOS SOBRE A ÁFRICA E OS AFRICANOS NO BRASIL: UM PASSO ALÉM DA PROPOSTA, UMA RELAÇÃO DE GÊNERO
Otacilio Favero de Souza
Universidade Santa Cecilia
Pós graduado
RESUMO
O seminário tem uma maneira de trabalhar e pensar sobre a diversidade de pessoas de
origem africana de forma ampla, procurando dar um novo significado às questões
relacionadas à preconceitos, racismo, incluindo a discriminação racial e a diversidade
étnica e cultural, incluindo como eixo estratégico e fundamental a questão de gênero.
“Estudar África e africanos, especialmente suas culturas e sociedades, colonização e
descolonização, antropologia, política e economia, línguas e religiões e suas influências na
cultura e sociedade brasileira” requer fundamentalmente que o seminário visualize de
formas mais contundente a mulher como protagonista.
Neste sentido todo o planejamento do seminário estará alinhado às ideias de Gomes, que
tem pensado a questão da diversidade em diferentes espaços sociais e tem questionado
como podemos lidar pedagogicamente com a diversidade e as questões de gênero. Nessa
perspectiva o seminário, abordará as questões de religião, matriz fundamental para os afro
brasileiros e tendo foco nas Yalorixás. Antropologia africana: Política colonialista e
econômica e o processo da diáspora: Línguas em África e diáspora: Religiões em África e no
Brasil: Oralidade, corporeidade e a territorialidade como foco de resistência e produção de
simbologias e lutas, sobretudo com a marcante participação da mulher afro brasileira.
ST 03 - EDUCAÇÃO PRISIONAL
Leila da Silva Xavier
GPMC/UFRRJ
Mestrado
RESUMO
O presente trabalho é parte de minha dissertação de mestrado e as reflexões que
apresento dizem respeito a diversidade de problemas enfrentados pelas pessoas que
frequentam os presídios, especialmente as mulheres que são a maioria. O registro é fruto
de uma inquietação que despontou a partir da difícil tarefa de cumprir a primeira condição
para fazer visitas semanais a um familiar no complexo penitenciário.
O objetivo dessa reflexão é mostrar que a sentença dos detentos são estendidas as mães,
tias, esposas, irmãs e todas que reivindicam e assumem a responsabilidade de darem
assistência aos seus presos.
O setor das carteirinhas, como é chamado, proporciona um momento singular por se tratar
da etapa inicial de alguns processos a serem vividos pelos familiares. È também nesse
local onde conflitos e desajustes inerentes à vida dos detentos se revelam. Enfrentar o
sistema penitenciário, suas burocracias e humilhações é mais um desafio na vida dessas
mulheres. As horas na fila foram registrar além da forte presença feminina nos diferentes
espaços dos presídios, a baixa escolaridade, a cor da pele, quase todas são pretas. Nessa
experiência, foi possível evidenciar uma realidade até então desconhecida, o contraste
entre barbárie, amor e solidariedade, visto que somente imergido nesses sentimentos seria
possível suportar as várias humilhações e constrangimentos que o sistema penitenciário
impõe aos jovens homens detentos e as mulheres que os assistem corroborando com a
ideia de que estão todas, de alguma forma, sentenciadas.
ST 05 – TRADUÇÕES AFRODIASPÓRICAS - CONTANDO E ENEGRECENDO NOSSAS HISTÓRIAS
Fabrício Henrique Meneghelli Cassilhas
UFSC
Mestrado
RESUMO
A tradução pode ser uma importante ferramenta para ampliar a audibilidade de vozes
negras, historicamente silenciadas. No contexto afrodiaspórico plurilingue a tradução tem
um papel imprescindível para a comunicação e articulação política negra. Portanto, a
proposta deste simpósio é discutir os processos tradutórios, a agência de tradutorxs
negrxs, a relevância e urgência de traduções antirracistas de textos negros, bem como os
deslocamentos, a interdisciplinaridade e epistemologias do Atlântico Negro (GILROY, 2001)
presentes neste e fundantes deste contexto. Nossas histórias não podem mais continuar
sendo contadas pelo viés de nossos opressores, pois dessa forma nos tornamos
vulneráveis ao perigo da história única como nos alerta a contadora de histórias
Chimamanda Ngozi Adichie (2009). Contar uma única história sobre nós foi e continua
sendo uma estratégia de dominação do opressor que se utiliza do seu espaço privilegiado
de poder para propagar e legitimar histórias estereotipadas sobre os povos negros que nos
desumanizam e escamoteiam nossas histórias e ancestralidade.
A tradução, assim como cada texto, expressa um ponto de vista e pode ser usada para
calar ou potencializar a autoria. Toda tradução é, portanto, um texto novo atualizado nos
programas políticos de quem traduz, pra quem, por quê e como traduz. Desta forma,
pensamos a tradução de textos negros como contação de histórias com e dotada de
funções educativas e de resgate de nossa agência negra. Se cada tradutorx e contadorx de
histórias é também autorx, a retomada de textos escritos e orais por pessoas negras é
então sobrevivência (BHABHA, 2010), um contínuo de práticas ancestrais de resistência
através, principalmente, da oralidade e contra o epistemicídio do povo negro (CARNEIRO,
2005), como tem feito a contação de histórias afrodescendentes e a presença de seus
elementos em obras literárias de escritorxs negrxs como Chinua Achebe (1959), Conceição
Evaristo (2003), Chimamanda Ngozi Adichie (2003), Ana Maria Gonçalves (2006), Paulina
Chiziane (2013), Hudson Ribeiro (2015) e Cristiane Sobral (2017), etc... Esse simpósio
temático está aberto para tradutorxs, contadoras(es) de histórias, pesquisadores da área
de Estudos da Tradução, Literatura, Contação de Histórias ou para pesquisadorxs e
ativistxs quem se identifiquem com a proposta e que resistem e rejeitam a história única
sobre a população negra; seja teorizando sobre esses temas ou (re)produzindo histórias.
ST 06 – AÇÕES AFIRMATIVAS PARA ALÉM DA INCLUSÃO
Luciene de Oliveira Dias
UFG
Doutorado
RESUMO
Este Seminário Temático tem o objetivo de discutir as ações afirmativas, inclusive as cotas,
para além da inclusão. Interessa-nos agregar pesquisas voltadas para a avaliação dos
impactos das ações afirmativas refletindo a permanência de sujeitos oriundos de grupos
historicamente excluídos dos espaços de poder, como a universidade e algumas instâncias
do mercado de trabalho. Mais de 10 anos após a implantação das primeiras medidas de
ação afirmativa no Brasil, também nos interessa verificar como as instituições estão
reagindo à inclusão de novos sujeitos em suas estruturas, além de nos interessar também
estudos acerca das trajetórias destes sujeitos. Nesse sentido, o debate proposto abrange
iniciativas voltadas para a inclusão, permanência e acompanhamento de mulheres e
homens negras e negros, indígenas, quilombolas, LGBTQIA e outros grupos marcados por
questões de raça, classe, gênero, etnia e sexualidade.
ST 07 – A ESCRITA DE MULHERES NEGRAS: CAMINHOS LITERÁRIOS
Silvana Martins dos Santos
UFSC
Pós-Graduado
RESUMO
O objetivo desse simpósio é fazer uma reflexão sobre a importância da literatura afrofeminina,
compreendendo o contexto no qual escritoras como Paulina Chiziane,
Chimamanda Ngozi Adichie, Conceição Evaristo, Mirian Alves, Carolina Maria de Jesus,
Lélia Gonzáles, Lia Vieira, Esmeralda Ribeiro, e tantas outras escrevem. A literatura negra
surge para questionar o cânone literário e a representação, que até então, era realizada de
negros e negras na literatura.
A professora Gizêlda Melo do Nascimento, salienta a importância da escrita afro-feminina,
visto que é sobre a mulher negra que recai o fardo mais pesado de uma sociedade
retrógrada em termos de relações sociais tornando, por isso, complexa sua trajetória. A
mulher negra é quem mais sofre as consequências do preconceito e suas desvantagens.
Essas experiências acabam por encarcerar as mulheres negras dentro de um sistema de
opressão cruel e desumano, aprisionam o texto da escritora negra brasileira, a escritora
Conceição Evaristo, em palestra proferida na feira do livro em Joinville, salienta a grande
faceta do preconceito no Brasil, ao afirmar que a mulher negra não é permitido o direito da
escrita, pois a legitimação desse espaço passa pela ruptura de vários estereótipos
relacionado a mulher negra.
Uma das funções da literatura afro-feminina é denunciar essa situação, através da escrita e
da negação desses estereótipos, ao analisarmos os textos das escritoras devemos
perceber que eles representam a intersecção das opressões de raça, gênero e classe,
operando assim uma poética de resistência.
A escritora negra poderá trazer para o seu texto elementos referentes às suas vivências, à
sua cultura, à maneira pela qual analisa e sente a realidade em seu entorno,
proporcionando a valorização da apreensão de mundo deste individuo, construindo uma
nova estética literária, quebradora das correntes que aprisionam os textos dentro de um
formato e enaltecendo outras formas poéticas, essa criação de uma nova forma poética
traz elementos estruturais próprios desse tipo de literária.
O texto literário é o lugar no qual a mulher negra é a protagonista, podendo assim contar ou
recontar suas histórias, reinventando ou buscando inspiração na vida cotidiana, rompendo
a invisibilidade através do texto, mas outras invisibilidades surgem do ato de escrever,
como por exemplo, o acesso à editoras, e a dificuldade de publicação.
ST 08 – DISCURSOS, RACIALIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO
Renata Waleska Pimenta
IFSC
Doutorado
RESUMO
Este seminário temático tem por objetivo promover um espaço de análise, reflexão e discussão acerca dos discursos circulantes nos meios de comunicação digital a respeito das relações raciais e suas interlocuções com as questões de gênero. A abordagem teórica baseia-se na concepção de que os discursos são historicamente construídos e constitutivos dos sujeitos e estão em processo dialético contínuo de significação e ressignificação na sociedade. A proposta está voltada para a análise de discursos promovidos nos meios de comunicação digital por entendermos a dimensão de seu alcance, além de serem esses espaços que carecem de regulamentações explícitas ou rígidas no Brasil, possibilitando uma "zona discursiva livre", na qual muitos traços socioculturais se manifestam mais claramente, evidenciando as marcas do preconceito, do racismo, da discriminação e do machismo.
ST 09 – A PRESENÇA DA MULHER-ARTISTA NEGRA NAS ARTES: MANIFESTAÇÕES E REPRESENTAÇÕES NO E DO CONTEXTO BRASILEIRO
Luiziane da Silva Rosa
IFSC
Mestrado
RESUMO
A arte, como uma atividade humana ligada à estética, permite várias manifestações e
representações de ideia, emoção, beleza, percepção e expressão por citar algumas.
Contudo, ao longo de séculos de manifestações artísticas a mulher enquanto artista pouco
esteve presente na produção de uma obra ficando relegada muitas vezes ao status de
objeto a ser contemplado. Um exemplo concreto é a figura da mulher em imagem de obra
de arte. A mulher negra, mais ainda, teve pouca representatividade na história da arte. No
contexto de Brasil, a presença da mulher negra nas artes é ínfima, haja vista a riqueza de
matizes a que ela pertence. Mesmo na atualidade, considerando séculos XX e XI, é possível
enumerar poucas obras, manifestações e representações de destaque se comparadas a
outro gênero e etnias. Tendo em consideração esse contexto, a presente comunicação
propõe reunir trabalhos que discutam e reflitam a presença da mulher negra e do
feminismo negro enquanto artistas seja tal representação nas artes visuais, cênica ou
plásticas. Para isso, os participantes devem propor trabalhos que retratem a artista negra a
partir da diversidade de manifestações, expressões e linguagens dentro do escopo da
pintura, escultura, música, dança, teatro, fotografia, audiovisual, mídias digitais, literatura
etc. Os trabalhos poderão ser apresentados em formato não-verbal além do verbal-escrito.
Assim, o participante poderá trazer o seu trabalho como uma obra em si, através de
visualidades, musicalidade ou ensaio visual de acordo com a natureza da obra escolhida.
Os debates devem abranger as questões identitárias, de gênero, antirracismo,
decoloniedade, negritude, branquitude, performances de manifestos, educação e
transdisciplinaridade.
ST 10 –
IDENTIDADE DE GÊNERO, RAÇA E CLASSE NAS REDES SOCIAIS DIGITAIS.
Thais Pereira da Silva
ECA/USP
Mestrado
RESUMO
O presente Seminário tem como objetivo refletir como as mulheres negras brasileiras
apropriam-se das tecnologias de Informação e Comunicação para construir uma
identidade de gênero, de raça e classe positiva, contribuindo para resistência e
emancipação do grupo. Para compreender as mídias negras de mulheres brasileiras, faz-se
necessário analisar os processos de identidades do grupo, a partir de uma breve
reflexão sobre as questões de gênero e de raça e terá como referência a página do
Facebook Eu empregada doméstica, da Preta Rara. A bibliografia utilizada incluirá Stuart
Hall, Michel Foucault, Nilma Lino Gomes, Sueli Carneiro, Angela Davis, Franz Fanon, Bell
Hooks.
Raça e gênero são biológicos? Apesar de categorizadas como biológicas, compreende-se
que tanto o gênero quanto a raça são construções sociais, que as elites governantes
utilizam para controlar e dominar os sujeitos, mantendo a hegemonia. (HALL, 2003)
Hall (2003) analisa que a categorização discursiva de “raça” como fator biológico justifica
a exploração econômica e a exclusão social dos negros com parte da natureza humana,
sem que haja aspectos políticos e ideológicos por trás das diferenças sociais. Ele afirma
ainda que o mesmo acontece em relação aos gêneros.
Já que as identidades são determinadas culturalmente, pode-se, então, afirmar que cultura
é poder? Como observa Hall, a identidade cultural não tem apenas o fator positivo, ela pode
ser excludente também. “As identidades, portanto, são construídas no interior das relações
de poder (Foucault, 1986). Toda identidade é fundada sobre uma exclusão e, neste sentido,
é ‘um efeito de poder’” (HALL, 2003, p.85).
ST 11 –
HISTÓRIA DO ATLÂNTICO E DA DIÁSPORA AFRICANA NO BRASIL: SOCIABILIDADES, MEMÓRIAS, ESCRAVIDÃO, IDENTIDADES, GÊNERO E PAISAGENS.
João Mouzart de Oliveira Junior
UFBA
Mestrado
RESUMO
Pensar na História do atlântico é trazer à tona diferentes experiências de grupos que foram formados nas redes de movimentos sociais no oceano Atlântico. Nesse sentido, o mundo do atlântico vem sendo alvo de investigações de diversos pesquisadores nas Américas com o intuito de compreender os diferentes movimentos traçados no Atlântico. Dentro desse aspecto maior é que se encontra a diáspora africana para o Brasil. É neste contexto de análise que esse ST Busca proporcionar um espaço de reflexão e interação, considerando as dimensões teóricas, analíticas ou empíricas dessas questões. Assim, pretende reunir e acolher trabalhos que reflitam sobre as relações de gênero, o discurso de diáspora africana, raça, classes sociais, vícios, religiosidades, discriminação, questões geracionais e regionais, das desigualdades e representações sociais e discursos de modernidade e civilização no Brasil. Serão bem-vindos trabalhos que problematizem os elementos da diáspora africana no Brasil e especificamente no nordeste, bem como aqueles que investigam os discursos de gênero e raça, na invenção da nação Brasileira. Além disso, chamaremos atenção, para a trajetória de vida de mulheres e homens negros que ficaram na invisibilidade e tornaram-se transcorrer dos estudos científicos, relegados de uma história oficial. Tudo isso, com o intuito de observar e reunir os debates sobre o que tem sido pensado e problematizado nos últimos anos.
ST 12 - BIOGRAFIA DOS ESCRITORES E PESQUISADORES NEGROS E NEGRAS DO BRASIL.
Watson Beck Junior
Doutorado
IFSC
RESUMO
O presente Seminário, de abordagem interdisciplinar visa atrair estudantes, preferencialmente de Nível Médio para a apresentação de Pôsteres relacionados à vida de pesquisadores e pesquisadoras negros e negras (preferencialmente mulheres brasileiras), apresentando sua biografia, vida profissional (destaque para as principais dificuldades enfrentadas e as principais contribuições de sua pesquisa para o desenvolvimento de sua área do conhecimento.
ST 13 - EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL, CIÊNCIA E TECNOLOGIA. PROPONENTE. RESUMO
Carolina Cavalcanti do Nascimento
(PPGECT/UFSC)
RESUMO
A ideia sobre a ciência e a tecnologia como dádivas com que os poderes imperiais ocidentais haviam presenteado as suas colônias é parte fundamental do discurso sobre a missão civilizadora. Esse discurso possibilitou à ciência o status de um campo autônomo de poder e de saber que possui uma dinâmica própria, aquém dos interesses e das necessidades dos oprimidos, pois o que importou foram as necessidades cognitivas do capitalismo (SANTOS, 2010). Portanto, é fundamental um movimento de decolonização do poder (QUIJANO, 2010) e do saber que questiona as pretensões de objetividade do conhecimento dito científico dos últimos séculos e do mito de sua neutralidade, problematizando a seguinte questão: ciência para quem e contra quem? Nesse sentido, este Seminário Temático visa reunir pesquisas e possibilitar discussões sobre processos de decolonização de saberes através da Educação das Relações Étnico-Raciais, além de problematizar os propósitos da ciência e da tecnologia e suas implicações na manutenção e reprodução do racismo.
ST 14 - FEMINISMOS NEGROS: SIGNIFICADOS DE EMANCIPAÇÃO E DESLOCAMENTOS DE MULHERES NEGRAS.
Carol Carvalho
Cristiane Mare da Silva
(PUC/SP)
Francine Costa
(UDESC)
RESUMO
Este Seminário Temático tem como finalidade reunir pesquisas literárias, artísticas, ativistas, históricas, acerca das trajetórias de mulheres negras na diáspora africana e igualmente os múltiplos significados de emancipação, na vida destas mulheres. Os legados de suas experiências nos permitem produzir e avançar na elaboração de epistemologias que tem como lócus o descentramento da Europa e de lógicas racistas, sexistas, patriarcais e heteronormativas. Se historicamente os espaços geopolíticos ocupados por elas têm sido as margens, seus deslocamentos e performances nos mostram que não foram silenciadas. Seus corpos e narrativas vem ressignificando e transformado terrenos áridos em projeções políticas para elaboração de práticas libertadoras, em cenários para reflexões teóricas que tencionam/transgridem práticas educativas nos mais diversos campos do conhecimento. Neste sentido, pretendemos compreender as condições que configuram estes discursos feministas negros/ experiências/ trajetórias, suas pautas e diferentes modos de resistências, apontando para rupturas epistêmicas, na tentativa de tecer interlocuções que articulem aspectos multidisciplinares, interseccionais e geopolíticos referentes aos Saberes produzido por mulheres negras. Em razão das pluralidades que abarcam os chamados Feminismos negros, convidamos as pesquisadoras, estudantes, ativistas e demais interessadas a compartilharem seus trabalhos nas múltiplas direções abertas pelas feministas negras em diferentes áreas do conhecimento, refletindo sobre discursos, performances, diversas linguagens por meio das quais mulheres negras vêm afrontando o mundo que as cercam, em vias de traduções. Negritar as potências e desafios das lutas e narrativas de nossas mulheres é crucial, pois amplia e fortalece as construções de mulheres negras como protagonistas de sua história.