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ST 01 - MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS NO ENFRETAMENTO DO RACISMO NA EDUCAÇÃO FORMAL E INFORMAL

Joalva Menezes de Moraes

Mestrado

Instituto Anísio Teixeira

 

RESUMO

Apesar do racismo institucionalizado ainda fazer parte das organizações em nosso país,

em especial nas instituições educacionais, as questões étnico-raciais já aparecem como

tema central ou, pelo menos, como inspiração para produções e/ou manifestações

artísticas educativas, como: cinema e audiovisual, artes visuais, fotografias, música, dança,

artes cênicas, literatura, por exemplo. Essas produções e expressões artísticas, muitas

vezes, possuem como autores afrodescendentes, jovens e periféricos que se utilizam da

sua arte para impor respeito, autovalorização, elevação da autoestima, reafirmação

identitária, além de servirem também como instrumentos para a Educação Formal e

Informal. Sob essas perspectivas, podemos elencar várias iniciativas, pelo Brasil,

principalmente na Bahia, que promovem e divulgam produções como: as associações de

blocos afro-baianos, entre eles Ilê Yaiê, Malê de Balê; Na música, as bandas Olodum, Didá

e Ganhadeiras de Itapuã, Grupo Cultural Bagunçaço, Associação Pracatum Ação Social;

grupos de capoeira, como o Camugerê; no audiovisual como os conteúdos da Rede Anísio

Teixeira, TV Pelourinho; no grafte, artistas como Marcos Santos. Enfm, exemplos são

muitos na Bahia, mas fomentar a possibilidade de reunir artistas, educadores, produtores

culturais e do audiovisual afrodescendentes ou não que realizam produções que visam à

valorização e afrmação da história, cultura e arte afro-brasileira, numa mesa para trocar

experiências e, porque não divulgar seus trabalhos, é um grande avanço na ampliação dos

debates e discussões acerca da Educação para as Relações Étnico-raciais. São mais

possibilidades para que educadores e escolas cumpram a Lei 10.639/2003, tão importante

para o embate social contra o racismo e o preconceito racial no Brasil, numa perspectiva

lúdica, inter e transdisciplinar.

 

ST 02 - MOBILIDADE HAITIANA NO BRASIL: ENTRE OS MUNDOS REAL E DIGITAL

Maristela Abadia Guimarães

IFMT

Doutorado

RESUMO

Esta é uma proposta cuja perspectiva se insere no campo multidisciplinar e busca discutir

a mobilidade migratória haitiana. Nosso compromisso converge com as perspectivas

humanitárias do século XXI que almejam a humanização dos processos migratórios em

diferentes partes do mundo. Vivenciamos séculos de sanitarização e higienização nesses

processos, que resultaram em exclusão social. A proposta é acolher trabalhos que

incorporem as considerações das ciências sociais sobre essas temáticas e busque discutir

em que medida refletimos sobre mobilidade quando o contingente populacional que migra

para o Brasil é composta por populações negras ou com perfis considerados no processo

civilizatório como indesejados. Desse modo, entendemos ser relevante conhecer como

têm sido constituídas as relações entre os migrantes e não migrantes nos espaços de

convivência, sejam esses espaços mediados pelas interações reais, in loco, ou por

interações virtuais, nos ambientes de mídias digitais e redes sociais e observar como

essas relações sociais se configuram. Os Brasil está preparado para receber os migrantes

haitianos com políticas públicas adequadas para o estabelecimento de uma convivência

harmônica entre o estabelecido e o não estabelecido? Acreditamos que esta proposta

contribui para evidenciar a investigação e o pesquisador social como agentes

corresponsáveis para as mudanças dos paradigmas vigentes nos modelos migratórios sob

a perspectiva dos direitos humanos e refletir sobre um comportamento social que

atravessa os séculos: a questão sociorracial que intrinsicamente se coloca como fronteira

entre o pensamento social refletido nas legislações e comportamentos e que desaguam

em restrições sociopolíticas para os migrantes e são impeditivos nas construções de

políticas públicas para esse contingente, em específico a educação.

 

 

ST 04 - ESTUDOS SOBRE A ÁFRICA E OS AFRICANOS NO BRASIL: UM PASSO ALÉM DA PROPOSTA, UMA RELAÇÃO DE GÊNERO

Otacilio Favero de Souza

Universidade Santa Cecilia

Pós graduado

 

RESUMO

O seminário tem uma maneira de trabalhar e pensar sobre a diversidade de pessoas de

origem africana de forma ampla, procurando dar um novo significado às questões

relacionadas à preconceitos, racismo, incluindo a discriminação racial e a diversidade

étnica e cultural, incluindo como eixo estratégico e fundamental a questão de gênero.

“Estudar África e africanos, especialmente suas culturas e sociedades, colonização e

descolonização, antropologia, política e economia, línguas e religiões e suas influências na

cultura e sociedade brasileira” requer fundamentalmente que o seminário visualize de

formas mais contundente a mulher como protagonista.

Neste sentido todo o planejamento do seminário estará alinhado às ideias de Gomes, que

tem pensado a questão da diversidade em diferentes espaços sociais e tem questionado

como podemos lidar pedagogicamente com a diversidade e as questões de gênero. Nessa

perspectiva o seminário, abordará as questões de religião, matriz fundamental para os afro

brasileiros e tendo foco nas Yalorixás. Antropologia africana: Política colonialista e

econômica e o processo da diáspora: Línguas em África e diáspora: Religiões em África e no

Brasil: Oralidade, corporeidade e a territorialidade como foco de resistência e produção de

simbologias e lutas, sobretudo com a marcante participação da mulher afro brasileira.

 

 

ST 03 - EDUCAÇÃO PRISIONAL

Leila da Silva Xavier

GPMC/UFRRJ

Mestrado

 

RESUMO

O presente trabalho é parte de minha dissertação de mestrado e as reflexões que

apresento dizem respeito a diversidade de problemas enfrentados pelas pessoas que

frequentam os presídios, especialmente as mulheres que são a maioria. O registro é fruto

de uma inquietação que despontou a partir da difícil tarefa de cumprir a primeira condição

para fazer visitas semanais a um familiar no complexo penitenciário.

O objetivo dessa reflexão é mostrar que a sentença dos detentos são estendidas as mães,

tias, esposas, irmãs e todas que reivindicam e assumem a responsabilidade de darem

assistência aos seus presos.

O setor das carteirinhas, como é chamado, proporciona um momento singular por se tratar

da etapa inicial de alguns processos a serem vividos pelos familiares. È também nesse

local onde conflitos e desajustes inerentes à vida dos detentos se revelam. Enfrentar o

sistema penitenciário, suas burocracias e humilhações é mais um desafio na vida dessas

mulheres. As horas na fila foram registrar além da forte presença feminina nos diferentes

espaços dos presídios, a baixa escolaridade, a cor da pele, quase todas são pretas. Nessa

experiência, foi possível evidenciar uma realidade até então desconhecida, o contraste

entre barbárie, amor e solidariedade, visto que somente imergido nesses sentimentos seria

possível suportar as várias humilhações e constrangimentos que o sistema penitenciário

impõe aos jovens homens detentos e as mulheres que os assistem corroborando com a

ideia de que estão todas, de alguma forma, sentenciadas.

 

 

ST 05 – TRADUÇÕES AFRODIASPÓRICAS - CONTANDO E ENEGRECENDO NOSSAS HISTÓRIAS

Fabrício Henrique Meneghelli Cassilhas

UFSC

Mestrado

RESUMO

A tradução pode ser uma importante ferramenta para ampliar a audibilidade de vozes

negras, historicamente silenciadas. No contexto afrodiaspórico plurilingue a tradução tem

um papel imprescindível para a comunicação e articulação política negra. Portanto, a

proposta deste simpósio é discutir os processos tradutórios, a agência de tradutorxs

negrxs, a relevância e urgência de traduções antirracistas de textos negros, bem como os

deslocamentos, a interdisciplinaridade e epistemologias do Atlântico Negro (GILROY, 2001)

presentes neste e fundantes deste contexto. Nossas histórias não podem mais continuar

sendo contadas pelo viés de nossos opressores, pois dessa forma nos tornamos

vulneráveis ao perigo da história única como nos alerta a contadora de histórias

Chimamanda Ngozi Adichie (2009). Contar uma única história sobre nós foi e continua

sendo uma estratégia de dominação do opressor que se utiliza do seu espaço privilegiado

de poder para propagar e legitimar histórias estereotipadas sobre os povos negros que nos

desumanizam e escamoteiam nossas histórias e ancestralidade.

A tradução, assim como cada texto, expressa um ponto de vista e pode ser usada para

calar ou potencializar a autoria. Toda tradução é, portanto, um texto novo atualizado nos

programas políticos de quem traduz, pra quem, por quê e como traduz. Desta forma,

pensamos a tradução de textos negros como contação de histórias com e dotada de

funções educativas e de resgate de nossa agência negra. Se cada tradutorx e contadorx de

histórias é também autorx, a retomada de textos escritos e orais por pessoas negras é

então sobrevivência (BHABHA, 2010), um contínuo de práticas ancestrais de resistência

através, principalmente, da oralidade e contra o epistemicídio do povo negro (CARNEIRO,

2005), como tem feito a contação de histórias afrodescendentes e a presença de seus

elementos em obras literárias de escritorxs negrxs como Chinua Achebe (1959), Conceição

Evaristo (2003), Chimamanda Ngozi Adichie (2003), Ana Maria Gonçalves (2006), Paulina

Chiziane (2013), Hudson Ribeiro (2015) e Cristiane Sobral (2017), etc... Esse simpósio

temático está aberto para tradutorxs, contadoras(es) de histórias, pesquisadores da área

de Estudos da Tradução, Literatura, Contação de Histórias ou para pesquisadorxs e

ativistxs quem se identifiquem com a proposta e que resistem e rejeitam a história única

sobre a população negra; seja teorizando sobre esses temas ou (re)produzindo histórias.

 

 

ST 06 – AÇÕES AFIRMATIVAS PARA ALÉM DA INCLUSÃO

Luciene de Oliveira Dias

UFG

Doutorado

 

RESUMO

Este Seminário Temático tem o objetivo de discutir as ações afirmativas, inclusive as cotas,

para além da inclusão. Interessa-nos agregar pesquisas voltadas para a avaliação dos

impactos das ações afirmativas refletindo a permanência de sujeitos oriundos de grupos

historicamente excluídos dos espaços de poder, como a universidade e algumas instâncias

do mercado de trabalho. Mais de 10 anos após a implantação das primeiras medidas de

ação afirmativa no Brasil, também nos interessa verificar como as instituições estão

reagindo à inclusão de novos sujeitos em suas estruturas, além de nos interessar também

estudos acerca das trajetórias destes sujeitos. Nesse sentido, o debate proposto abrange

iniciativas voltadas para a inclusão, permanência e acompanhamento de mulheres e

homens negras e negros, indígenas, quilombolas, LGBTQIA e outros grupos marcados por

questões de raça, classe, gênero, etnia e sexualidade.

 

 

ST 07 – A ESCRITA DE MULHERES NEGRAS: CAMINHOS LITERÁRIOS

Silvana Martins dos Santos

UFSC

Pós-Graduado

RESUMO

O objetivo desse simpósio é fazer uma reflexão sobre a importância da literatura afrofeminina,

compreendendo o contexto no qual escritoras como Paulina Chiziane,

Chimamanda Ngozi Adichie, Conceição Evaristo, Mirian Alves, Carolina Maria de Jesus,

Lélia Gonzáles, Lia Vieira, Esmeralda Ribeiro, e tantas outras escrevem. A literatura negra

surge para questionar o cânone literário e a representação, que até então, era realizada de

negros e negras na literatura.

A professora Gizêlda Melo do Nascimento, salienta a importância da escrita afro-feminina,

visto que é sobre a mulher negra que recai o fardo mais pesado de uma sociedade

retrógrada em termos de relações sociais tornando, por isso, complexa sua trajetória. A

mulher negra é quem mais sofre as consequências do preconceito e suas desvantagens.

Essas experiências acabam por encarcerar as mulheres negras dentro de um sistema de

opressão cruel e desumano, aprisionam o texto da escritora negra brasileira, a escritora

Conceição Evaristo, em palestra proferida na feira do livro em Joinville, salienta a grande

faceta do preconceito no Brasil, ao afirmar que a mulher negra não é permitido o direito da

escrita, pois a legitimação desse espaço passa pela ruptura de vários estereótipos

relacionado a mulher negra.

Uma das funções da literatura afro-feminina é denunciar essa situação, através da escrita e

da negação desses estereótipos, ao analisarmos os textos das escritoras devemos

perceber que eles representam a intersecção das opressões de raça, gênero e classe,

operando assim uma poética de resistência.

A escritora negra poderá trazer para o seu texto elementos referentes às suas vivências, à

sua cultura, à maneira pela qual analisa e sente a realidade em seu entorno,

proporcionando a valorização da apreensão de mundo deste individuo, construindo uma

nova estética literária, quebradora das correntes que aprisionam os textos dentro de um

formato e enaltecendo outras formas poéticas, essa criação de uma nova forma poética

traz elementos estruturais próprios desse tipo de literária.

O texto literário é o lugar no qual a mulher negra é a protagonista, podendo assim contar ou

recontar suas histórias, reinventando ou buscando inspiração na vida cotidiana, rompendo

a invisibilidade através do texto, mas outras invisibilidades surgem do ato de escrever,

como por exemplo, o acesso à editoras, e a dificuldade de publicação.

 

 

ST 08 – DISCURSOS, RACIALIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO

Renata Waleska Pimenta

IFSC

Doutorado

RESUMO

Este seminário temático tem por objetivo promover um espaço de análise, reflexão e discussão acerca dos discursos circulantes nos meios de comunicação digital a respeito das relações raciais e suas interlocuções com as questões de gênero. A abordagem teórica baseia-se na concepção de que os discursos são historicamente construídos e constitutivos dos sujeitos e estão em processo dialético contínuo de significação e ressignificação na sociedade. A proposta está voltada para a análise de discursos promovidos nos meios de comunicação digital por entendermos a dimensão de seu alcance, além de serem esses espaços que carecem de regulamentações explícitas ou rígidas no Brasil, possibilitando uma "zona discursiva livre", na qual muitos traços socioculturais se manifestam mais claramente, evidenciando as marcas do preconceito, do racismo, da discriminação e do machismo.

 

ST 09 – A PRESENÇA DA MULHER-ARTISTA NEGRA NAS ARTES: MANIFESTAÇÕES E REPRESENTAÇÕES NO E DO CONTEXTO BRASILEIRO

Luiziane da Silva Rosa

IFSC

Mestrado

 

RESUMO

A arte, como uma atividade humana ligada à estética, permite várias manifestações e

representações de ideia, emoção, beleza, percepção e expressão por citar algumas.

Contudo, ao longo de séculos de manifestações artísticas a mulher enquanto artista pouco

esteve presente na produção de uma obra ficando relegada muitas vezes ao status de

objeto a ser contemplado. Um exemplo concreto é a figura da mulher em imagem de obra

de arte. A mulher negra, mais ainda, teve pouca representatividade na história da arte. No

contexto de Brasil, a presença da mulher negra nas artes é ínfima, haja vista a riqueza de

matizes a que ela pertence. Mesmo na atualidade, considerando séculos XX e XI, é possível

enumerar poucas obras, manifestações e representações de destaque se comparadas a

outro gênero e etnias. Tendo em consideração esse contexto, a presente comunicação

propõe reunir trabalhos que discutam e reflitam a presença da mulher negra e do

feminismo negro enquanto artistas seja tal representação nas artes visuais, cênica ou

plásticas. Para isso, os participantes devem propor trabalhos que retratem a artista negra a

partir da diversidade de manifestações, expressões e linguagens dentro do escopo da

pintura, escultura, música, dança, teatro, fotografia, audiovisual, mídias digitais, literatura

etc. Os trabalhos poderão ser apresentados em formato não-verbal além do verbal-escrito.

Assim, o participante poderá trazer o seu trabalho como uma obra em si, através de

visualidades, musicalidade ou ensaio visual de acordo com a natureza da obra escolhida.

Os debates devem abranger as questões identitárias, de gênero, antirracismo,

decoloniedade, negritude, branquitude, performances de manifestos, educação e

transdisciplinaridade.

 

ST 10 –

IDENTIDADE DE GÊNERO, RAÇA E CLASSE NAS REDES SOCIAIS DIGITAIS.

Thais Pereira da Silva

ECA/USP

Mestrado

RESUMO

O presente Seminário tem como objetivo refletir como as mulheres negras brasileiras

apropriam-se das tecnologias de Informação e Comunicação para construir uma

identidade de gênero, de raça e classe positiva, contribuindo para resistência e

emancipação do grupo. Para compreender as mídias negras de mulheres brasileiras, faz-se

necessário analisar os processos de identidades do grupo, a partir de uma breve

reflexão sobre as questões de gênero e de raça e terá como referência a página do

Facebook Eu empregada doméstica, da Preta Rara. A bibliografia utilizada incluirá Stuart

Hall, Michel Foucault, Nilma Lino Gomes, Sueli Carneiro, Angela Davis, Franz Fanon, Bell

Hooks.

Raça e gênero são biológicos? Apesar de categorizadas como biológicas, compreende-se

que tanto o gênero quanto a raça são construções sociais, que as elites governantes

utilizam para controlar e dominar os sujeitos, mantendo a hegemonia. (HALL, 2003)

Hall (2003) analisa que a categorização discursiva de “raça” como fator biológico justifica

a exploração econômica e a exclusão social dos negros com parte da natureza humana,

sem que haja aspectos políticos e ideológicos por trás das diferenças sociais. Ele afirma

ainda que o mesmo acontece em relação aos gêneros.

Já que as identidades são determinadas culturalmente, pode-se, então, afirmar que cultura

é poder? Como observa Hall, a identidade cultural não tem apenas o fator positivo, ela pode

ser excludente também. “As identidades, portanto, são construídas no interior das relações

de poder (Foucault, 1986). Toda identidade é fundada sobre uma exclusão e, neste sentido,

é ‘um efeito de poder’” (HALL, 2003, p.85).

 

ST 11 –

HISTÓRIA DO ATLÂNTICO E DA DIÁSPORA AFRICANA NO BRASIL: SOCIABILIDADES, MEMÓRIAS, ESCRAVIDÃO, IDENTIDADES, GÊNERO E PAISAGENS.

João Mouzart de Oliveira Junior

UFBA

Mestrado

RESUMO

Pensar na História do atlântico é trazer à tona diferentes experiências de grupos que foram formados nas redes de movimentos sociais no oceano Atlântico.  Nesse sentido, o mundo do atlântico vem sendo alvo de investigações de diversos pesquisadores nas Américas com o intuito de compreender os diferentes movimentos traçados no Atlântico. Dentro desse aspecto maior é que se encontra a diáspora africana para o Brasil. É neste contexto de análise que esse ST Busca proporcionar um espaço de reflexão e interação, considerando as dimensões teóricas, analíticas ou empíricas dessas questões.  Assim, pretende reunir e acolher trabalhos que reflitam sobre as relações de gênero, o discurso de diáspora africana, raça, classes sociais, vícios, religiosidades, discriminação, questões geracionais e regionais, das desigualdades e representações sociais e discursos de modernidade e civilização no Brasil. Serão bem-vindos trabalhos que problematizem os elementos da diáspora africana no Brasil e especificamente no nordeste, bem como aqueles que investigam os discursos de gênero e raça, na invenção da nação Brasileira. Além disso, chamaremos atenção, para a trajetória de vida de mulheres e homens negros que ficaram na invisibilidade e tornaram-se transcorrer dos estudos científicos, relegados de uma história oficial. Tudo isso, com o intuito de observar e reunir os debates sobre o que tem sido pensado e problematizado nos últimos anos.

 

ST 12 - BIOGRAFIA DOS ESCRITORES E PESQUISADORES NEGROS E NEGRAS DO BRASIL. 

Watson Beck Junior

Doutorado 

IFSC

RESUMO

O presente Seminário, de abordagem interdisciplinar visa atrair estudantes, preferencialmente de Nível Médio para a apresentação de Pôsteres relacionados à vida de pesquisadores e pesquisadoras negros e negras (preferencialmente mulheres brasileiras), apresentando sua biografia, vida profissional (destaque para as principais dificuldades enfrentadas e as principais contribuições de sua pesquisa para o desenvolvimento de sua área do conhecimento.

ST 13 - EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL, CIÊNCIA E TECNOLOGIA. PROPONENTE. RESUMO

Carolina Cavalcanti do Nascimento

(PPGECT/UFSC)

 

RESUMO

A ideia sobre a ciência e a tecnologia como dádivas com que os poderes imperiais ocidentais haviam presenteado as suas colônias é parte fundamental do discurso sobre a missão civilizadora. Esse discurso possibilitou à ciência o status de um campo autônomo de poder e de saber que possui uma dinâmica própria, aquém dos interesses e das necessidades dos oprimidos, pois o que importou foram as necessidades cognitivas do capitalismo (SANTOS, 2010). Portanto, é fundamental um movimento de decolonização do poder (QUIJANO, 2010) e do saber que questiona as pretensões de objetividade do conhecimento dito científico dos últimos séculos e do mito de sua neutralidade, problematizando a seguinte questão: ciência para quem e contra quem? Nesse sentido, este Seminário Temático visa reunir pesquisas e possibilitar discussões sobre processos de decolonização de saberes através da Educação das Relações Étnico-Raciais, além de problematizar os propósitos da ciência e da tecnologia e suas implicações na manutenção e reprodução do racismo.

ST 14 - FEMINISMOS NEGROS: SIGNIFICADOS DE EMANCIPAÇÃO E DESLOCAMENTOS DE MULHERES NEGRAS.

Carol Carvalho

Cristiane Mare da Silva

(PUC/SP)

Francine Costa

(UDESC)

RESUMO

Este Seminário Temático tem como finalidade reunir pesquisas literárias, artísticas, ativistas, históricas, acerca das trajetórias de mulheres negras na diáspora africana e igualmente os múltiplos significados de emancipação, na vida destas mulheres. Os legados de suas experiências nos permitem produzir e avançar na elaboração de epistemologias que tem como lócus o descentramento da Europa e de lógicas racistas, sexistas, patriarcais e heteronormativas. Se historicamente os espaços geopolíticos ocupados por elas têm sido as margens, seus deslocamentos e performances nos mostram que não foram silenciadas. Seus corpos e narrativas vem ressignificando e transformado terrenos áridos em projeções políticas para elaboração de práticas libertadoras, em cenários para reflexões teóricas que  tencionam/transgridem práticas educativas nos mais diversos campos do conhecimento. Neste sentido, pretendemos compreender as condições que configuram estes discursos feministas negros/ experiências/ trajetórias, suas pautas e diferentes modos de resistências, apontando para rupturas epistêmicas, na tentativa de tecer interlocuções que articulem aspectos multidisciplinares, interseccionais e geopolíticos referentes aos Saberes produzido por mulheres negras. Em razão das pluralidades que abarcam os chamados Feminismos negros, convidamos as pesquisadoras, estudantes, ativistas e demais interessadas a compartilharem seus trabalhos nas múltiplas direções abertas pelas feministas negras em diferentes áreas do conhecimento, refletindo sobre discursos, performances, diversas linguagens por meio das quais mulheres negras vêm afrontando o mundo que as cercam, em vias de traduções. Negritar as potências e desafios das lutas e narrativas de nossas mulheres é crucial, pois amplia e fortalece as construções de mulheres negras como protagonistas de sua história.

14 Seminários Temáticos 

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